Acabei de ler um livro de auto-ajuda. Não gostei e muito provavelmente meu pai também não. O livro foi comprado há mais de trinta anos por ele, meu pai, e estava guardado junto com as minhas apostilas e cadernos do tempo em que eu cursava o segundo grau. Morar em uma casa grande dá nisso, a gente fica guardando uma porrada de coisas que não servem para nada! Foi pensando assim que resolvi jogar tudo fora. Foi tudo queimado. Morar em uma casa grande a gente pode fazer uma fogueira no quintal! Não queimei o livro porque não o tinha lido. Agora já o li, na próxima fogueira ele vai queimar.
Mutatis mutandis, o tal livro fala sobre paz de espírito. O autor, dono de "mansões"( é assim que está no livro ) na França e Inglaterra, não se sentia feliz. No livro, o autor que nasceu pobre e depois de se divorciar, começou a puxar saco de muita gente, principalmente políticos ( o cara foi assessor do Presidente dos Estados Unidos, Harry Truman ), ganhou muito dinheiro. Ganhou tanto dinheiro que teve que comprar um barco maior para acomodar os novos amigos que eram convidados para acompanhá-lo nas viagens à Europa. Contudo, faltava-lhe a "paz de espírito". Li e não gostei. Quebrei o meu paradigma literário quando li esse antigo livro de auto-ajuda. Porém, no passo-a-passo de todo livro desse tipo ( penso que deve ser assim ) alguém, além de mim, pode e deve ter paz de espírito se souber ler nas entrelinhas.
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