Era uma vez um cara que era apaixonado por uma garota. Ela não dava bola para ele e justiça seja feita, para nenhum cara. Essa é a verdadeira história de amor entre um amigo meu e uma amiga de uma irmã da minha namorada de então.
Os fatos que serão narrados são (infelizmente) verdadeiros, trocarei os nomes das pessoas envolvidas nesta escatológica história para não haver motivos de processos, brigas,
altercações ou qualquer manifestação que contraria o meu direito de postar.
Isto posto, sigo narrando que:
Nos primeiros anos da década de 80, meus dois amigos:
Apollo e outro amigo cujo nome é irrelevante, toda noite que eu ia bater ponto, apareciam na casa da Maria - que eu namorava- e ficavam segurando vela, empatando o meu lado.... Era sempre assim.
Até que um dia, a irmã da Maria estava com uma colega da escola, fazendo pesquisa e como não podia deixar ser, os dois castiçais apareceram e foi aí que meu amigo
Apollo ficou apaixonado pela tal colega da irmã da Maria.
A colega chamava-se
Maura. A pesquisa delas, assim como o meu momento íntimo de namoro foi para o espaço! Ficamos na varanda. Havia ali seis almas, apenas uma contente, que era o
Apollo cheio de salamaleques para a
Maura. Nem o fato de ter ela confundido o nome de
Apollo com Atlas, tirou o sorriso imbecil da cara do meu amigo. Para quem o conhece sabe que confundir o nome é injúria grave. Ele não fez nada, nem sequer esboçou uma tentativa de corrigir o engano. Várias vezes, até então, presencie meu amigo corrigindo todas as garotas e saindo do sério por ser chamado de Atlas. A hora passou e antes que a dona da casa desse o sinal para irmos embora, nos despedimos e fomos embora bater ponto no bar. Era sempre assim.
Alguns dias depois, estou lavando o carro e eis que me surge
Apollo, com o mesmo sorriso parvo, e começa a contar-me que estivera com a
Maura e que estava apaixonado. Pior que ele estava mesmo, então eu disse:
- Qual é
Apollo, tá de
sacanagem? Tu não viu que ela é
escrota?
-
Escrota é o c*
rralho! Ela é linda, com aquele óculos parece....... o
Elton Jonh! (risos)
- Você pegou ela?
- Você não viu que ela me deu o telefone?
-Não vi porra nenhuma. Deve ter sido na hora que fui pegar o pano de chão.
- Que hora foi essa? Tá maluco?
- Tu não viu que o chão ficou todo babado?
Risos...
- Ontem ela me ligou, chamando
prá ir na casa dela.
- E aí.... já sei que vem merda,
Apollo.
- Escuta só... ela me ligou e perguntou se eu podia ir na casa dela!
- Quando foi isso?
- Ontem, porra!!!
- Naquele temporal?
- É cara!
-Não vá me dizer que aquela
escrota tem medo de trovada!!!
- Ela não é
escrota. Você conhece ela
prá falar isso?
- Pelo que conheço é mais que
escrota. Ela é sapata!
- Tá de
sacanagem... ela é tão feminina! (
rs)
- Tão feminina que deu uma
calcinha para a irmã da Maria...
- E daí? Que tem a ver?
- A Maria me contou essa merda ontem. Se eu soubesse disso antes, não teria vocês lá naquele dia.
- Você conhecia a
Maura antes daquele dia? E nem me apresentou? Tá ... que tem a
calcinha?
- A
escrota que se parece com
Elton Jonh, deu uma
calcinha para a porra da irmã da Maria e pediu para ela vestir e mostrar como ficava! Isso é coisa de
sapatão! A Maria não gosta dela!
- Você é ciumento... não entende a alma feminina... Posso contar de ontem?
- Deixa eu primeiro encher o balde porque o sol está batendo na pintura e vai manchar.
Fui encher o balde com água para tirar a espuma de sabão que prejudicaria a pintura do carro, e percebo que
Apollo dá uma gargalhada que não é normal. Qual é a graça em pegar água num balde? Foi o quê pensei naquele momento. Vou tirar a espuma e no final jogarei água nesse cara também.
Depois de três baldes jogados no carro, peguei mais um para jogar no
Apollo. Foi quando ele disse:
- Posso continuar?
E pegando o balde de modo a despejar no
sujeitinho risonho, todo o conteúdo que era apenas água, respondo:
- Continuar o quê? O que tem de engraçado eu lavar o carro na calçada?
- O lance de ontem, que você não me deixou terminar.
- É merda,
né?
- Escuta porra!
Larguei o balde e respirei fundo. Eu sabia que era merda! Merda sem maldade. Sem covardia. O tipo de merda que não prejudica a Moral, mas é merda!
-Fala logo, porra!
- Fui na casa da
Maura ontem....
-Isso você já falou. Se vai querer contar agora que pegou, eu vou entrar!
- Ela me pediu ajuda!
Neste momento da conversa,
Apollo fez uma cara séria e eu não o interrompi. Deixei-o contar que a ajuda era para desentupir a latrina. O vaso sanitário da
Maura estava entupido após o mesmo ser usado pela própria. Ele ficou rindo, gargalhando quando peguei o balde para lavar o carro, porque lembrou dos gritos da mãe da
cagona dizendo para jogar uns baldes de água para descer a trolha, já que a descarga não dava vazão.
Segundo
Apollo foram mais de cinco baldes jogados encima da trolha e não houve jeito de quebrar a merda. Contou-me o grande Atlas,digo,
Apollo que teve que pegar uma vassoura para quebrar a trolha de merda e só então os pedaços socados puderam fazer a curva do
sifão. O cheiro da merda ainda está na memória dele.
Esse conto me dá asco.